Pesquisa da Dom Cabral aponta que 75% de todos os produtos transportados no país são realizados em rodovias; outros 25% são divididos entre ferrovias, hidrovias e outros modelos.

Segundo o boletim da AgroExport, a balança brasileira terminou 2022 com superávit. No geral, a diferença entre exportações e importações ficou na casa dos US$ 62,3 bilhões – R$ 326,9 milhões, em conversão direta –, impulsionada pelo protagonismo do agronegócio. Em resumo, o segmento rendeu, sozinho, US$ 142 bilhões – R$ 745 bilhões, em conversão direta – de janeiro a dezembro de 2022.

Agronegócio

Em relação a 2023, existe uma grande expectativa de que o agronegócio continue se desenvolvendo e impulsionando as empresas. Uma pesquisa realizada pela Faculdade Getúlio Vargas Agro estimou que a produção agroindustrial terá um crescimento de cerca de 2% ainda este ano, mesmo considerando o último levantamento, que apontou para uma evolução de cerca de 0,7% até meados de agosto.

Mesmo com as decorrências dos problemas climáticos e com os altos custos em impostos e em produtos, o Centro de Estudos Avançados em Economia Agrícola (Cepea) e a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), registrou um crescimento de 9,81% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre de 2022.

Consequentemente, o desenvolvimento do setor no Brasil trouxe um aumento no volume de fretes do agro: segundo a Fretebras, houve uma elevação de 33,2% no primeiro semestre do ano passado em comparação com 2021. De acordo com pesquisa da Fundação Dom Cabral, divulgada pelo Grupo eSales, o setor do agronegócio (e vários outros da economia nacional) depende muito do modal rodoviário para transportar suas cargas. Cerca de 75% de todos os produtos transportados no país são realizados em rodovias, com o resto dividido entre ferrovias, hidrovias e outros modelos.

Franco Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística, empresa do sul de Santa Catarina, que possui o transporte alimentício como um dos nichos, destacou a evolução e os impactos positivos que o agro trouxe para a empresa. “O agronegócio brasileiro vem tendo um crescimento contínuo nos últimos anos graças à constante evolução e modernização brasileira. Foi possível observar um aumento das indústrias, com bons resultados nas plantações e nas exportações dos produtos. Tivemos uma boa movimentação atendendo o segmento, realizando o escoamento dos nossos clientes e recebendo pedidos de cotação de novos parceiros”, relatou o executivo.

Segunda a transportadora, em contraponto às expectativas, as empresas que trabalham nesse nicho de negócios observam os empecilhos que podem dificultar essa progressão ainda maior. Em sua maioria, os relatos dos executivos do transporte frisam os olhares na infraestrutura das rodovias, com precariedade de pavimento, pontos de paradas, postos sem seguranças, entre outros, que atrapalham os serviços.

“Precisamos melhorar nossa infraestrutura. Quanto mais tempo um veículo fica parado em uma fila ou tendo dificuldades em uma estrada ruim, mais custosa é a viagem, mais impactos ao meio ambiente são gerados, mais cansativo é para o motorista e mais perigoso fica o trânsito, entre tantas outras questões. Essa falta de estrutura afeta a vida de todos os brasileiros, apesar de às vezes ela não ser percebida pelas pessoas. Porém, na economia, tudo está interligado”, ressaltou o gerente administrativo.

Matéria Mundo Logística publicada em 16/02/2023

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